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Caso Daniel: Justiça revoga prisão de Cristiana Brittes


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A Justiça revogou a prisão preventiva de Cristiana Brittes, ré no processo sobre a morte do jogador Daniel Correa Freitas. A decisão, desta quinta-feira (12), é da juíza Luciani Regina Martins de Paula, da 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais.

Cristiana está presa na Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Até a publicação desta reportagem não havia previsão de saída dela da penitenciária.

O jogador foi assassinado no dia 27 de outubro em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, e encontrado com o órgão sexual mutilado, perto de uma estrada rural na Colônia Mergulhão.

Cristiana responde por homicídio qualificado por motivo torpe, coação do curso de processo, fraude processual e corrupção de menor. Na decisão desta quinta-feira, foi concedida a liberdade provisória sem fiança e aplicação das demais medidas cautelares. Veja mais abaixo as medidas.

Segundo a juíza Luciani Regina Martins de Paula, Cristiana “é inofensiva, sabendo da intensa ligação com os demais denunciados, mas principalmente não desmerecendo a vítima e seus familiares, e especialmente, não diminuindo a intensidade do fato onde a vítima teve a vida ceifada, é certo que é possível neste momento conceder a liberdade a requerente, não mediante a simples soltura, não”.

A juíza ainda afirmou na decisão desta quinta-feira que “deve haver um comprometimento total com o processo, com as provas produzidas, e, principalmente, sem alarde”.

Cristiana é esposa do empresário Edison Brittes Júnior, que confessou ter matado o jogador e está preso na Casa da Custódia de São José dos Pinhais, na Região de Curitiba. Edison Brittes alega que o atleta tentou estuprar Cristiana.

A filha do casal, Allana Brittes, teve um pedido de habeas corpus aceito pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 6 de agosto — Foto: Reprodução/Facebook

A filha do casal, Allana Brittes, teve um pedido de habeas corpus aceito pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 6 de agosto — Foto: Reprodução/Facebook

Além do casal, outras cinco pessoas são rés no processo. Evellyn Perusso, acusada de falso testemunho e denunciação caluniosa, é a única que responde ao processo em liberdade.

A filha do casal, Allana Brittes, teve um pedido de habeas corpus aceito pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em 6 de agosto. A jovem é ré no processo e estava presa em regime fechado desde 1º de novembro do ano passado.

Por meio de nota, a defesa técnica de Cristiana Brittes afirmou que recebeu a notícia de sua revogação de prisão “com a certeza de que a Justiça segue seu curso dentro do processo”.

De acordo com a nota ainda, a defesa alega que “Cristiana é a primeira vítima deste trágico episódio e jamais deveria estar no cárcere, mas sim sendo ouvida e tratada com vítima de abuso e violência sexual”.

G1 tenta contato com a defesa dos outros citados.

Medidas cautelares para Cristiana

De acordo com a decisão desta quinta-feira, Cristiana Brittes terá que cumprir algumas medidas cautelares, como:

  • Comparecimento periódico bimestral (uma vez a cada dois meses) em juízo, para informar e justificar suas atividades;
  • Proibição de acesso ou frequência à bares e casas noturnas;
  • Proibição de manter contato, diretamente ou por interposta pessoa (inclusive mediante contato telefônico, ou qualquer outro meio de comunicação) com testemunhas e demais partes do presente processo, eis que por circunstâncias relacionadas ao delito, deve a ré delas permanecer distante, a fim de evitarem-se eventuais ameaças, constrangimentos ou interferências de qualquer espécie;
  • Proibição de ausentar-se da Comarca (compreende-se a capital e os demais municípios que compõem a Comarca de Curitiba) sem autorização prévia;
  • Monitoração eletrônica para que a ré possa circular em São José dos Pinhais e Curitiba.

Acerca da monitoração eletrônica:

  • O período de monitoração eletrônica será de 90 dias, prorrogáveis por igual período, quantas vezes se fizer necessária a prorrogação, a partir da data da instalação da tornozeleira, nos termos da Corregedoria-Geral da Justiça do Estado do Paraná;
  • Deverá a ré recolher-se à sua residência impreterivelmente às 20h, permanecendo até às 6h do dia seguinte, para o repouso noturno, bem como nela deverá permanecer, ininterruptamente, aos finais de semana, feriados e dias de folga;
  • Não poderá a ré retirar, danificar, ou de qualquer outra forma obstruir o devido monitoramento por meio da tornozeleira eletrônica, ou permitir que terceiro o faça, e deverá ele observar as demais orientações fornecidas pela Central de Monitoração Eletrônica acerca do bom funcionamento do aparelho;
  • Deverá a ré cumprir rigorosamente as determinações de manutenção do equipamento eletrônico.

Relembre o caso

O crime aconteceu depois da festa de aniversário de 18 anos de Allana Brittes. A comemoração começou em uma boate da capital paranaense na noite de 26 de outubro, uma sexta-feira. Depois, continuou na casa da família Brittes, em São José dos Pinhais. Ali, Daniel começou a ser agredido, antes de ser levado ao matagal.

De acordo com o inquérito da polícia, Daniel foi agredido e morto após ter sido flagrado por Edison Brittes deitado na cama de Cristiana. Antes do crime, Daniel a um amigo enviou mensagens e fotos deitado ao lado de Cristiana enquanto a esposa de Edison Brittes dormia.

Jogador Daniel foi encontrado morto no dia 27 de outubro  — Foto: Reprodução

Jogador Daniel foi encontrado morto no dia 27 de outubro — Foto: Reprodução

Interrogatórios

Os sete réus foram interrogados pela primeira vez na Justiça em 4 de setembro. Três deles, incluindo Edison Brittes, que está preso, ficaram em silêncio. “Eu me reservo no direito de permanecer calado”, disse. A filha do casal, Allana Brittes, respondeu apenas as perguntas da juíza e da própria defesa.

Os investigadores disseram que a tentativa de estupro não ficou comprovada. No interrogatório, Cristiana afirmou que estava dormindo e que acordou com Daniel na cama, em cima dela.

Após os interrogatórios, os promotores e os advogados de defesa devem apresentar as alegações finais no processo. Depois, a juíza do caso decide se os réus devem ou não ir a júri popular.

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